Policiais salvam bebê enterrado vivo em Mato Grosso (Veja o vídeo)
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Policiais militares e civis salvaram um bebê recém-nascido que havia sido enterrado vivo pela avó indígena. O caso aconteceu nessa terça-feira (05), em Canarana (837 km de Cuiabá). Um vídeo emocionante da ação conjunta das polícias está circulando pelas redes sociais.
Conforme o boletim de ocorrência, os policiais receberam uma denúncia anônima de que, por volta de 12 horas da terça-feira (05), uma índia tinha dado à luz a uma menina e que ela teria sido enterrada no terreno da aldeia, bem ao lado da casa, às 16 horas.
A denunciante ainda dizia que só soube do fato às 20h20 e, por isso, tardou a comunicar a Polícia Militar. Uma equipe da PM foi até o local indicado na denúncia e encontrou a avó do bebê, que confirmou ter enterrado a recém-nascida no quintal da casa e indicou o local. Ela afirmou que a bebê teria nascido morta, por ser prematura.
Segundo o relato da avó aos policiais, ela teria enterrado a neta às 14 horas e não comunicou ninguém, por este ser um costume da etnia. Logo depois, uma enfermeira da Casai (Casa de Saúde do Índio) disse que soube do caso assim que assumiu seu turno de serviço, no período noturno, e que também teria informado o chefe da unidade. Como já havia passado várias horas desde que o bebê tinha sido enterrado, os policiais isolaram a área e acionaram a Polícia Civil para que a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) também fosse acionada.
A Politec pediu que os policiais civis verificassem o local onde o bebê foi enterrado para constatar o óbito. O investigador Dicson começou a escavar o buraco e todos foram surpreendidos ao ouvir um choro do bebê, que ainda estava vivo. Os policiais correram para ajudar o investigador e conseguiram retirar o bebê do buraco, levando-o em seguida para a urgência do Hospital Municipal de Canarana, onde foi atendido pelo médico de plantão. O bebê foi diagnosticado com duas suspeitas de fraturas no crânio e foi encaminhado para o Hospital Regional de Água Boa (741 km de Cuiabá).
Os policiais conversaram com a mãe da criança, que seguiu afirmando que o bebê tinha nascido morto. A avó disse aos policiais que o pai da criança não iria assumir o filho e já estava morando em outra aldeia com outra índia. A mãe e a avó da bebê foram detidas, sendo que a mãe precisou primeiro ser encaminhada ao hospital para receber atendimento médico.
A Polícia Judiciária Civil de Canarana deu início à investigação para apurar a ocorrência. Segundo a PJC, conduzidas à delegacia para esclarecimentos, a mãe da criança, de 15 anos, e a avó do bebê contaram que a jovem sentiu fortes dores (contrações) e foi ao banheiro sozinha, momento em que deu a luz a menina. Ao nascer, a criança teria batido a cabeça no vaso sanitário, ocasionando sangramento. Os investigadores ainda trabalham com a possibilidade da participação de uma terceira pessoa (bisavó), que seria a responsável por enterrar a criança. A investigada será ouvida tão logo localizada pela Polícia Civil.
De acordo com o delegado Deuel Paixão de Santana, a Polícia Civil investiga todas as hipóteses para o caso, mas segue com enfoque em duas linhas de investigação. A primeira avalia o contexto cultural de algumas etnias indígenas da região do Xingu que tem por costume enterrar bebês por razões diversas como deficiências físicas, precocidade na idade da mãe, contexto familiar, etc.
A PJC também avalia a possibilidade da família ter acreditado que a criança estivesse morta e por isso realizado o “sepultamento”. O bebê segue internado em unidade hospitalar da região, com traumatismo craniano. Um policial de Canarana disse que a bebê apresenta um quadro clínico estável, somente com uma deficiência respiratória leve.