Campanha pede que cristãos não votem em partidos que defendem o aborto
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Conheça a posição das legendas que pedem a legalização do aborto no Brasil – Em ano de eleições e com o país sendo constantemente bombardeado com denúncias e escândalos de corrupção, a expectativa é que haja uma mudança significativa na formação do Congresso Nacional.
Contudo, uma sociedade não é formada apenas de questões econômicas. As pautas morais, a longo prazo, contribuem muito para a formação de uma nação. Embora a Constituição preveja a independência entre os poderes, algumas decisões tomadas pelo Judiciário atropelaram o status quo e, pela decisão de juízes que não foram eleitos para representar o povo, na prática foram legalizados o casamento gay e o aborto em casos específicos.
Possivelmente a próxima configuração do Congresso irá abordar esses temas e, espera-se determinar a legalidade ou ilegalidade dessas práticas. Ainda que no Brasil muitas vezes vale a opinião que “voto na pessoa, não partido”, o fato é que seguidamente os representantes eleitos ficam refém das decisões de suas legendas.
Uma campanha nas redes sociais, ainda que tímida, pede que os conservadores de modo geral e os cristãos mais especificamente, evitem votar em partidos que defendem o aborto em seus estatutos.
Uma consulta aos sites oficiais mostra que são favoráveis à legalização do aborto no Brasil o Partido Verde (PV), o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), o Partido Popular Socialista (PPS), o Partido da Causa Operária (PCO), o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), o Partido Comunista Brasileiro (PCB), o Partido dos Trabalhadores (PT) e a REDE Sustentabilidade.
OS FATOS
O programa oficial do PV defende a “legalização da interrupção voluntária da gravidez com um esforço permanente para redução cada vez maior da sua prática através de uma campanha educativa de mulheres e homens para evitar a gravidez indesejada”.
Partidos como PSTU, PCdoB e PCB costumam se manifestar publicamente dando apoio ao Dia Latino-Americano e Caribenho de Luta pela Descriminalização do Aborto, em 28 de setembro.
O PCdoB usou as redes para fazer um post alusivo à dataem seu perfil no Facebook. Enquanto o PCB elaborou ummanifestoque diz: “O aborto não mata, o que mata é a clandestinidade, é a violação dos direitos humanos e reprodutivos das mulheres, é a legitimação/legalização do estupro, tudo baseado numa ideia religiosa (as células fecundadas já seriam pessoas), portanto, ignorando totalmente a laicidade do Estado brasileiro”.
No final de 2017, o PSOL divulgou uma carta onde se comprometia a “seguir intervindo na institucionalidade a favor da luta feminista e dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres”. Em outras palavras, a legalização do aborto. Na mesma época, o partido tentou junto ao Supremoa descriminalização da interrupção da gestação no Brasil até a 12ª semana em todos os casos. Porém, não obteve sucesso.
Uma nota oficial do PPS, partidoque poderá abraçar a eventual candidatura de Luciano Huck a presidente, diz claramente: “Nosso partido, como organização laica que é, reconhece a maternidade como um direito e uma escolha, e assume posição clara em defesa da descriminalização do aborto, por considerá-lo uma questão de saúde pública, e de direito e autonomia da mulher”.
O PSTU traz em seu site a sua postura de forma contundente: “Descriminalizar e legalizar o aborto é garantir o direito das mulheres trabalhadoras à vida, por isso essa reivindicação deve ser tomada pelo conjunto dos trabalhadores. Não podemos admitir nem uma morte [de mulheres] a mais porque setores conservadores e reacionários no poder se negam a conceder esse direito às mulheres”.
O coletivo feminino do PCO diz na sua página oficial que: “A moral e a religião não pertencem a essa discussão, a decisão sobre a continuidade ou não de uma gestação pertence a mulher”.
O PT durante a campanha para eleger Dilma Rousseff em 2010 havia dito que não mais defenderia essa pauta. Contudo, mostraram com o tempo que isso não era verdade e se mostraram responsáveis por um lobby social contínuo através de movimentos feministas ligados ao partido. No ano passado opartido tentou barrar de todas as formas as ações pela proibição do aborto no Congresso, não escondendo mais sua verdadeira face.
O caso da Rede Sustentabilidade talvez seja o mais confuso. Sua líder e pré-candidata à presidência Marina Silva, que é evangélica, diz ser pessoalmente contra, mas no passado perdeu o apoio de grande parte das lideranças evangélicas por não ter um posicionamento claro sobre o assunto. Ela passou a defender então um “plebiscito” .
“Me perguntam se eu sou favorável ao aborto e eu digo que não sou. Mas a legislação que está aprovada deve ser cumprida… no caso do aborto, como envolve aspectos espirituais e filosóficos, no meu entendimento se deve fazer um plebiscito”, afirmouela quando ainda estava no PV. Contudo, no site do seu partido há diferentes textos que mostram que a legalização é uma pauta defendida pela sigla.